Você ainda usa lista de transmissão e acha que está tudo igual?
- João Paulo Borges
- 18 de nov.
- 3 min de leitura
Se a resposta for “sim” então este artigo é para você

Se você chegou até aqui buscando “lista de transmissão”, é porque algo mudou - e mudou mesmo. Nas últimas semanas, após algumas palestras que fiz pelo país e algumas perguntas que recebi, percebi uma confusão generalizada: pessoas, empresas e lideranças políticas ainda acreditam que a lista de transmissão funciona como sempre funcionou.
A verdade é uma só: a lista de transmissão, como conhecíamos, acabou. O que já existe no WhatsApp Business agora é outro produto, com outra lógica e outro custo. A antiga função foi substituída por Mensagens Comerciais, um pilar de monetização criado pela Meta para transformar o WhatsApp, em uma plataforma de negócios.
E com essa mudança, tudo ficou mais caro. O WhatsApp Business passou a permitir apenas 250 mensagens gratuitas por mês. Ultrapassou isso? Cada mensagem enviada passa a custar R$ 0,33 por contato. Se a sua base tem 2 mil pessoas, um único envio custa R$ 660. Com 10 mil contatos, a conta chega a R$ 3.300. Isso elimina de vez o disparo diário, semanal ou “de rotina”. Cada envio agora precisa ser pensado estrategicamente como investimento.
E quando o assunto é política, a complexidade é ainda maior. Hoje existe uma janela de uso - é possível pagar por mensagens políticas, mas isso não significa segurança. A Meta nunca incentivou o uso político do WhatsApp e, com a pressão regulatória global e o histórico de combate à desinformação, não há qualquer garantia de que esse modelo continue disponível no futuro. Ou seja: quem depende de disparo em massa para estratégia eleitoral está pisando em terreno instável e vai ficar mais atrás na corrida das eleições 2026.
Para quem não quer arcar com R$ 0,33 por mensagem, existe a alternativa gratuita: o WhatsApp comum. Ele continua permitindo listas de transmissão, mas com limitações claras. Agora você tem um teto de envio de mensagens para até 35 listas por mês, cada uma com até 256 contatos, e só recebe quem salvou seu número. Nada de automação, nada de ferramentas externas, nada de atalhos. O WhatsApp comum passa a ser um recurso estratégico, não operacional. Um canal para momentos críticos - não para rotina.
Essa mudança obriga profissionais, marcas e lideranças a reestruturar toda a lógica de comunicação dentro do aplicativo. Não existe mais espaço para calendário fixo, envios semanais nem mensagens genéricas. Desde agora, cada disparo precisa ter propósito: risco, oportunidade, mobilização ou ação crítica. A lista não é mais vitrine. É comunidade, relacionamento, precisão. E isso exige planejamento pensando com MUITA ESTRATÉGIA.
Também exige algo simples, mas muitas vezes ignorado: incentivar o salvamento do número. Sem isso, não existe entrega. Não existe alcance.
E, por fim, exige responsabilidade. Qualquer automação não oficial, qualquer ferramenta que burle regras ou qualquer tentativa de “ganhar escala” fora dos limites da Meta é convite direto para perder o número. Definitivamente, este se tornou um momento da história do WhatsApp para não arriscar práticas proibidas.
Estamos entrando na era da monetização do WhatsApp e essa é uma mudança estrutural. A lista de transmissão, antes infinita e gratuita, se tornou mais limitada. Quem compreender essa transformação agora vai usar o aplicativo com inteligência, precisão e segurança. Quem continuar se comunicando como antes vai pagar caro, perder alcance ou, pior, pode perder o número que sustenta todo o seu trabalho.
Este é o momento de reorganizar processos, repensar o que vale enviar e entender que o WhatsApp mudou. Comunicação por esse canal tem que ser feita com a atenção devida e processos estruturados.








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